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   #movimento2         Defensores do regime militar de 1964 estiveram nas manifestações de 15 de março, faziam o pedido de intervenção militar e se diziam combatentes contra a corrupção.
            No entanto, o regime militar de 1964-1985, 21 anos, não é um exemplo de combate a corrupção, pois graçava a corrupção durante aquele regime envolvendo militares e civis pertencentes ao regime.
            Tal era o nível de corrupção, que somente em uma edição do jornal Movimento foram apontados 2.000 casos de corrupção, a reação do regime militar não foi de apurar e responder uma a uma das denúncias, pelo contrário foi calar e reprimir o jornal com recolhimento da edição, inclusive com uso em algumas cidades de força militar do exército. O título daquele jornal era bastante significativo “GEISEL NUM MAR DE LAMA”.
            O jornal a cada número via com mais clareza os atos de corrupção não combatidos pelo regime.
       Na gestão do ditador seguinte, a corrupção não diminuiu, pelo contrário, no Governo Figueiredo, a corrupção avançava, até o filho do Presidente se beneficiou de empréstimos na Caixa Econômica Federal, que seria destinado para casa popular, para construir o Motel Playtime.
            Os prefeitos nas capitais e o Governador do DF eram nomeados, não havia eleições para escolha dos mesmos, é só consultar os anais dos Congresso para encontrar as acusações e descrições de casos de corrupção, tanto no DF como em capitais estaduais, cujo autores não recebiam a merecida reprimenda.
            Até oficiais militares se beneficiavam dos recursos do exército para realizar trabalhos em seus locais de trabalho.
            Exemplo, na Fazenda Buraco, em Sobradinho, o proprietário José de Sousa e Silva tentou evitar uma invasão de parte de sua propriedade por um oficial militar, este apontou a uma arma na cabeça do segundo e disse: “Sou oficial do Exército. Nós mandamos neste país. Se o senhor reagir ou tentar na justiça, puxo o castilho. E nada me acontecerá.”
            Somente após o regime militar, 1989, o Senhor Jose de Sousa e Silva foi procurado por um emissário do Bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, comunicando que comprara os direitos possessórios de parcela da Fazenda Buraco e gostaria de conversar com o titular com documentos no C#movimento3artório.
            Na época, fui constituído advogado por José de Sousa e Silva, quando este acabou negociando com a instituição religiosa, por um preço simbólico o imóvel, pois caso entrasse na Justiça poderia perder ação com arguição de usucapião pelos compradores da posse.
            Mas, nesta propriedade, tinha algo estranho, além das construções de imóveis para reuniões e piscinas, havia ruas formadas e ladeadas com grandes pedras, pedras que conforme os vizinhos foram carregadas, com choro, por recrutas do exército que ainda tiveram que trabalhar nas construções do coronel, conforme me contaram os vizinhos da propriedade, onde hoje funciona a sede campestre da Igreja Sara Nossa Terra.
            Políticos e empresários pegavam crédito rural com juros zero e correção abaixo da inflação sob o pretexto que aplicariam no meio rural desviavam para aplicação na especulação financeira ou em campanha política. Quando acusados, saiam de leve. E novamente se viam livres para pegar novos empréstimos. Era assim institucionalizada uma fraude.
Ademais, pessoas que tentavam apurar os atos de corrupção do regime eram perseguidas, com demissão, ou #movimento1mesmo, como ocorreu com o jornalista Wladimir Herzog, que foi torturado até a morte.
Não é átoa que o regime militar, logo em seu nascedouro, recebeu uma crítica, da Folha de S. Paulo, de 2 de abril de 1964, já dizia que o sobre o regime, que fora instalado sob o pretexto de combate a corrupção e ao comunismo, somente realizava o segundo objetivo, pois quanto ao segundo já chamava para ingressar em seus quadros pessoas conhecidas como corruptas.
            Mas, facilmente comprovável, principalmente após a descoberta de documentos secretos constantes na Bibliotecas Lyndon Johnson e John Kennedy, nos EUA, que o golpe não era essencialmente para combate ao comunismo ou à corrupção, mas sim para defesa dos interesses econômicos e militares dos EUA, cujos emissários na prática dirigiram o golpe militar (com mais detalhes veja CLIQUE: aqui)
         Neste, combate ao comunismo, usava somente como pretexto, para combater patriotas de todas as matizes, democratas e autênticos defensores dos interesses nacionais, da elevação do padrão de vida dos trabalhadores e da democracia.

Hudson Cunha

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